quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cão pisteiro da PSP feriu uma pata

... e, é claro, mais uma vila operária, a Vila Martins, desapareceu do mapa

“Um deslizamento de terras na Vila Martins – uma antiga vila operária – na Rua Damasceno Monteiro, entre os Anjos e a Graça, em Lisboa, derrubou meia dúzia de casas mas não fez nenhuma vítima mortal. (...) Há, no entanto, registo de três desalojados: um casal, que não se encontrava em casa no momento da derrocada, e uma senhora que conseguiu sair da habitação segundos antes. (...) Cerca de 16 moradores, de prédios contíguos ao que ruiu, foram impedidos de permanecer nas suas casas.
Helena Roseta, vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, esteve no local e afirmou que a autarquia vai iniciar amanhã de manhã a vistoria «para vermos que obras são precisas».
A vereadora salientou ainda que esta situação «vem mostrar a necessidade de um programa nacional de reabilitação urbana porque as câmaras não têm dinheiro para se substituírem aos senhorios».” (Sol)

Aqui, subscrevo o José Gusmão quando questiona o PS sobre a falta de investimento na Reabilitação Urbana.



“(...) na encosta que liga o miradouro da Senhora do Monte, na Graça, à Rua Damasceno Monteiro, por cima do Intendente,(...) oito tugúrios térreos que em grande parte do século passado alojaram famílias de operários - seis dos quais desabitados e semi-arruinados - desapareceram pela encosta abaixo (...)
(...)num primeiro abaixo-assinado há perto de 30 anos (...) cartas, telefonemas, abaixo-assinados e e-mails a pedir uma solução (...) vistorias camarárias que confirmavam, segundo garantem, o risco de ruína e a falta de condições de habitabilidade da velha Vila. (...) onde em tempos se fabricou um dos ex-libris de Lisboa: a ginjinha Espinheira, que ainda tem loja aberta nas Portas de Santo Antão. (...) "Há uns 30 anos, quando fizemos o primeiro abaixo-assinado, o senhor Espinheira foi um dos subscritores", recorda um reformado (...) "A encosta está oca por falta de drenagem das águas. Ainda pode cair algum prédio nas escadinhas", dizia um dos moradores. Os sem-abrigo que por vezes pernoitavam nas casas abandonadas não tinham sido vistos durante a tarde e os cães, um dos quais feriu uma pata no meio do entulho, não encontraram vestígios deles.(Público)

"Os sem-abrigo que por vezes pernoitavam nas casas abandonadas não tinham sido vistos durante a tarde e os cães, um dos quais feriu uma pata no meio do entulho, não encontraram vestígios deles. "

Todo o miolo da cidade se encontra neste estado de abandono. Fica por saber se na próxima derrocada os custos serão apenas materiais.

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