Agora percebo porque é que as pessoas contam os aniversários religiosamente. É para não serem apanhados em falso.
Na dúvida, podemos sempre seguir-lhes o rasto. “Não. Tu fizeste o 1º, o 2º e o 3º aniversário na creche" ... "o 12º foi quando bebeste a garrafa de aguardente de pêra do Gusmão" ... "no 25º foste àquele bar de música ao vivo, com o teu namorado ciumento e cantaste “Deixa a menina” e o “Please don't talk about me when I'm gone” nesta e nesta versão." Como se chamava o bar? ... (e aqui começa a consciencialização de que atingimos a idade da mãe) ... "e não te lembras que fizeste aquela festa, em que juntaste os teus amigos (que se costumam baldar sempre) e familiares (que nunca saem de casa) num restaurante em Alfama? Foi quando fizeste quarenta.” Pois. Nem tinha reparado.
Agora, quando fui a uma entrevista e me ouvi a perguntar quanto é que pesava a caixa do computador que levaríamos para gravar as transmissões, caí em mim. Quando queremos assegurar de que não estamos a aceitar demasiada areia para a nossa camioneta ... passámos dos quarenta e nem demos por isso.
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